Pesquisar seu artigo aqui

UM OLHAR SOBRE A SITUAÇÃO SOCIO-AMBIENTAL DO HAITI: UM AMBIENTE EM PERIGO


UM OLHAR SOBRE A SITUAÇÃO SOCIO-AMBIENTAL DO HAITI: UM AMBIENTE EM PERIGO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
1.      BREVE HISTÓRIA AMBIENTAL DO HAITI
2.      IMAGEM DO MEIO SOCIO-AMBIENTAL DO HAITI
3.      CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
3.1.CAUSAS
3.1.1.      NATURAIS E GEOGRÁFICAS
3.1.2.      SITUAÇÕES SOCIAIS ENDÊMICAS
3.1.3.      INSTABILIDADES POLÍTICAS
3.1.4.      FRAQUEZAS ECONÔMICAS
3.2.CONSEQUÊNCIAS
4.      AS CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS SOBRE AMBIENTE E SOCIEDADE E A PARTICIPAÇÃO DO HAITI
5.      O CORPUS JURÍDICO  DO HAITI DIZ RESPEITO AO AMBIENTE E O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES AMBIENTAIS
5.1.O CORPUS JURÍDICO DO HAITI DIZ RESPEITO AO AMBIENTE
5.1.1.      LEGISLAÇÃO NACIONAL
5.1.2.      CONVENÇÕES (INTERNACIONAIS, REGIONAIS E BILATERAIS)
5.2.O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES AMBIENTAIS
5.2.1.      ORGANIZAÇÕES AMBIENTAIS NACIONAIS
5.2.2.      ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS COM A VOCAÇÃO AMBIENTAL
6.      POLÍTICAS PÚBLICAS DO GOVERNO
7.      PISTA DE SOLUÇÕES PARA RESOLVER O PROBLEMA AMBIENTAL DO HAITI
CONCLUSÃO


INTRODUÇÃO
A disciplina «Teoria social e Ambiente» administrada pela Professora Leila Ferreira durante o primeiro semestre de 2012 nos oferece hoje a possibilidade de falar do Haiti principalmente de seu meio socioambiental. Este trabalho individual pretende ser uma modesta contribuição a esse campo de estudo. Ao elaborá-lo, visamos como objetivo principal o de apresentar a imagem do meio socioambiental do Haiti, uma imagem catastrófica de tal modo que pensamos que hoje Haiti deveria ter uma posição relevante no debate mundial sobre Ambiente e Sociedade. Como já vimos com a professora, a Sociedade e o Ambiente são inseparáveis, o ser humano é um ator importante na conservação e na degradação do Ambiente, ele faz também parte da ordem natural diz William Willer. Com efeito, a situação socioambiental do Haiti é lamentável e muito complicada, é um ambiente em perigo, e esse perigo pode ser explicado por várias causas a caráter geográfico-natural, social, econômico e político, por outro lado, suas consequências são igualmente enormes. Em outras palavras, tem um imperativo e uma grande emergência para salvar esse ambiente por novas ações razoáveis e uma política ambiental forte e rápida. Porém, se a situação socioambiental do Haiti for em perigo hoje, isso quereria dizer que antes o seu ambiente foi agradável, ou seja, a degradação que conhece agora não começa hoje, se acompanhou de uma longa história. Assim, no quadro do nosso trabalho, é a nossa responsabilidade de fazer uma breve história ambiental do Haiti a fim de ver quando começou a sua degradação. A natureza atual do Ambiente do Haiti seria também um ponto pertinente para abordar. Se tiver uma gestão abusiva do Ambiente e uma degradação cruel do meio socioambiental no Haiti, isto não vai ficar obviamente sem causas e consequências, pois elas são numerosas. No passado havia muitos encontros sobre o Ambiente como a conferência de Estocolmo, a de RIO 92 e outros, hoje ainda há várias conferências e muitos encontros sobre o mesmo tema, por exemplo, o mais recente RIO+20, todos estes encontros têm como objetivo geral: motivar todo mundo sobre a obligação de proteger o seu ambiente, então é interessante saber  como Haiti apreende esses debates ao redor da Sociedade e do Ambiente. Então, nesta situação preocupante, o que diz a legislação do país e qual é em realidade o papel das organizações nacionais como HARES e as organizações não governamentais com a vocação ambiental como PNUE. Uma vez que os problemas da degradação ambiental sejam identificados, agora tem que apresentar algumas pistas de soluções para resolvê-los. Assim, são todos estes pontos aos quais o nosso trabalho será consagrado.
1.      BREVE HISTÓRIA AMBIENTAL DO HAITI
O nome do Haiti foi criado pelos Índios «Ayiti» que significa «Pays de Hautes Montagnes» (País de Altas Montanhas). Antes da chegada de Christopher Columbus, vários historiadores têm afirmado que o país foi um tipo de «Paraíso sobre Terra», com altas montanhas separadas por várias planícies e vales largos, aves de vários tamanhos e cores, arvores majestosas, enfim densas florestas. Quando Columbus chegou na Ilha do Haiti em 1492 com os espanhóis a cobertura vegetal foi mais 80 %, trinta anos depois, o pais foi transformado em uma maquina de açúcar até a colonização francesa. Com efeito, três séculos depois, seja em 1792, o desflorestamento do Haiti tornou-se cada vez mais horrível, pois na colônia de Santo Domingo, a madeira foi a principal fonte de energia. Todos os historiadores concordam sobre o fato de que o desflorestamento e a degradação ambiental do Haiti começaram no século XVII pelos colonizadores franceses. Nós sabemos que a colonização francesa do Haiti se baseou sobre a produção de cana de açúcar, café e algodão. Principalmente a cana de açúcar representava a maior parte da produção e os franceses matavam vários hectares de florestas virgens para plantar a cana de açúcar. Assim, nesse período, nós assistimos a uma grande destruição do ambiente, pois para a fabricação de tijolos e de curtumes, usava-se a madeira que, uma vez cortada, não foi plantada nenhuma arvore[1]. É importante considerar também a destruição de várias florestas e campos de cana de açúcar, de milho, de café e de cacau durante as guerras da independência. Segundo o geógrafo Roger Michel, o grave impacto sobre o ambiente foi identificado durante a ocupação americana do Haiti entre 1915 e 1934. Com efeito, antes da ocupação americana, a cobertura florestal da superfície total do país representa 60%, mas depois, em 1945, ela representa a cerca 21 %, segundo Burns citado por Roger a cobertura florestal foi entre 8 e 9 % em 1954[2]. Enfim, essa abordagem histórica da degradação ambiental do Haiti não seria equilibrada se não considerasse o impacto da ditadura de François Duvalier prosseguida pelo seu filho Jean-Claude Duvalier entre 1957 até 1986. O Duvalier levou muitas pessoas das zonas rurais para aderir ao seu grupo militar «Les tontons macoutes», assim o capital Port-au-Prince que, antes havia acerca 120.000 habitantes em 1950, começa a receber muitas pessoas que, não podendo voltar para as zonas rurais, ficavam no capital, pobres, sem meios econômicos de viver, sem trabalho e numa situação social catastrófica, então começavam para matar as arvores para fazer carvão a fim de sobreviver, assim a população do Port-au-Prince se tornou mais 2 milhões habitantes em menos de 50 anos[3]. Esta rápida progressão demográfica em menos 50 anos é o fruto de êxodo rural causado pela pobreza extrema e a fome crônica que invadem a população rural. Assim, a situação se degenerou e se tornou lamentável gradualmente, as ações humanas sobre o ambiente e a fraqueza do Estado para parar a degradação ambiental fazem que hoje a cobertura vegetal do país é 1,5 %[4] e isso torna-se cada vez mais pior.
2.      IMAGEM DO MEIO SOCIO-AMBIENTAL DO HAITI
No passado, o ambiente do Haiti teve o mérito de ser considerado como uma estética ambiental, ou seja, a relação entre a beldade natural que o preenchia e a qualidade do seu meio ambiente, como Blanc Nathalie mostrou no seu livro[5], esta natureza era maravilhosa, portanto, infelizmente hoje ela está em agonia. Situado na bacia dos Caribes, Haiti é um país em maior parte montanhoso de 60 % da sua superfície de 27 750 quilômetros quadrados, ele é numa posição geografica muito fragil com os movimentos das placas tectônicas caribeena e atlântica, isso lhe expõe a vários ricos e desastres naturais como a erosão, terremotos, deslizamentos de terra, mudanças climaticas. A imagem da natureza haitiana hoje é caracterizada por desflorestamento, desertificação, matamento selvagem, abusivo e cruel das arvores, esgotamento das terras agrícolas pela agricultura intensiva em queimados, poluição dos solos e das águas por fertilizantes e resíduos industriais e poluição do ar pela emissão de gases tóxicos. Para observar muito bem a imagem da degradação ambiental do Haiti, é preciso contemplar as montanhas de «Kenscoff», de «Canapevert», de «Hospital» para ver as favelas «Bidonvilles» que invadem os centros urbanos. Além disso, a matança abusiva das arvores nas floretas como «Forêt des Pins», «Pique Macaya» são bastantes exemplos para constatar um ambiente desastroso. As chuvas torrenciais acontecidas deixam um ambiente encheida de lixos, de lama avançando no mar, tudo isso faz perceber um país arrazado mais terrívelmente do que a Europa depois das primeira e segunda guerras mundias. Não seriamos exagerados se disséssemos que o ambiente do Haiti é ameçado de extinção no caso em que a sua degradação forte não para-se. No seu livro «Collapse: How societies choose to fail or succeed» «Desabamento: Como as sociedades decidem do seu desaparecimento ou seu sucesso», traduzido em francês em 2006, o professor de geografia da University of Los Angeles Jared Mason Diamond mostrou como os povos podem ser os principais responsáveis do seu desaparecimento por isso das suas ações de deterioração sobre o embiente, considerou como exemplo, a ilha de Pâques, os Mayas e os Vickings , por outro lado, mostrou também como alguns povos como os Islandeses e os Japoneses, apesar de enormes dificuldades ambientais, chegam a sobreviver[6].  Enfim, o que é uma grande ofensa para o embiente do Haiti, é o fato de que a Republica Dominicana, com a qual Haiti compartilha a ilha, tem um ambiente mais rico e densa do que ele, os presidentes Raphael Trujilo e Balaguer elaboraram as leis protegendo as reservas e os recursos naturais, os efeitos dessas leis foram positivos, mas no caso do Haiti, até hoje muitas leis tomadas pelo governo permanecem sem efeito, e a população formada de 70 % de pobres não tem consciência do efeito das suas ações, pois a sua situação de vida deteriora-se.
3.      CAUSAS E CONSEQUÊNÇIAS DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL DO HAITI
3.1. CAUSAS
3.1.1        NATURAIS E GEOGRÁFICAS
Em realidade todas as causas da degradação do ambiente no Haiti são ligadas entre se mesmas. Portanto, os fenômenos naturais têm um grande impacto sobre a degradação ambiental, todavia esse aspecto é ligado também às ações humanas sobre a natureza, pois são as ações humanas que devolvem a natureza vulnerável. Como já mostramos, a natureza haitiana é muito frágil. Com efeito, em 2004 o país sofreu a passagem de uma terrível tempestade tropical Jeanne numa localidade chamada Gonaïves tendo feito  mais 3.000 mortos, em alguns municípios a água atingiu 3 metros de altura. Quatro anos mais tarde, seja 2 e 7  de setembro de 2008, Gonaïves sofreu de novo a passagem das tempestades chamadas Ike e Hanna tendo engendrado 600 mortos, este lugar é um símbolo desastroso do país. Mas não é único Gonaïves que pode ser considerado como um símbolo desastroso, é todo o país, pois Haiti conhece durante pelo menos um mês quartas grandes tempestades tropicais: Hanna, Ike, Gustave e Fay, segundo ONU 800 000 pessoas foram afetadas, o que representa 10 % da população, a FAO na sua parte afirma que as recolheitas agrícolas foram totalmente arrasadas, a situação é catastrófica, diz a FAO. O grande terremoto de 2010 seguido de vários pequenos terremotos agravou totalmente a situação, e antes deste terremoto a maioria da população viviam nas condições infra-humanas, mas depois, a situação foi pior, várias pessoas vivem sob os campos nos vários lugares do país, apesar de os esforços do governo, nada acontece. Os países ditos amigos do Haiti ainda não respeitam sua promessa em seu favor. Uma das grandes ameaças do Haiti hoje é as mudanças climáticas às quais ele não está pronto. Segundo PNUE a terra pode aquecer entre 1,4 e 5,8 graus Celsius durante o século XXI e este aquecimento da terra pode ter grandes impactos na região Caribe onde Haiti é situada, então no seu caso, as mudanças climáticas já têm alguns efeitos nas localidades chamadas Plaisance, Limbé e no departamento de Grand´Anse com o fenômeno de invasão das espécies exóticos, a proliferação atacando as plantas e também o fenômeno de grandes formigas atacando as crianças e as culturas[7]. A demografia haitiana é uma das causas geográficas da sua degradação ambiental. Em 1950, a população do Port-au-Prince foi 120 000, hoje ela é mais que 2 milhões habitantes. A população total do Haiti é acerca 9 milhões depois do terremoto, mas pode duplicar em 2035 acerca 18 milhões habitantes, essa progressão da população não se acompanha dos serviços sanitários, da aumenta da produção agrícola e do acesso ao trabalho. Alguns geógrafos como Pierre Mondy, Roger Michel, Yves-André Wainright antigo ministro do ambiente afirmaram que o desflorestamento é uma das grandes causas da degradação ambiental do Haiti que si mesmo tem como causa a pobreza e a má repartição das riquezas. Mas, as causas naturais não são bastantes para explicar a situação ambiental do Haiti, pois todo país no mundo conhece os fenômenos naturais e se prepara para confrontá-los, portanto no caso do Haiti os dirigentes ainda não têm a capacidade de prever  a fim de se preparar nem a capacidade de reparar os efeitos depois da passagem dos fenômenos naturais. Assim, no Haiti quando vai ter chuva a população tem um grande medo, pois pode acontecer inundação, deslizamentos de terra e desabamentos.
3.1.2.      SITUAÇÕES SOCIAIS ENDÉMICAS
As causas naturais são seguidas obviamente das causas sociais. Haiti é o país mais pobre do continente americano, ele tem o lugar 146 segundo o seu IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e o seu PIB anual que é U$ 450, o rendimento médio do haitiano por ano é U$ 115[8]. Mais a metade da população é analfabeta e 70 % são em situação de desemprego e 28 % usam os equipamentos sanitários apropriados. Cerca 80 % da população vivem sublimiar da pobreza extrema, ou seja, um haitiano vive com menos de 1 U$ por dia. O Haiti tem a esperança de vida menor da América Latina de 57 a 60 anos, uma taxa de natalidade de 4 crianças por mulher, uma taxa de mortalidade infantil de 57 por 1000, o maior da America. Haiti confronta a um grande problema de desequilibro entre sua demografia e seus recursos alimentares, humanos e econômicos disponíveis, por isso o individuo não tem o acesso a uma boa educação, aos cuidados medicais e uma boa nutrição. O fenômeno de «RESTAVÈK» ou seja a Escravidão Moderna é uma das consequências da pobreza das famílias haitianas, hoje o número das crianças em situação de «RESTAVÈK» é de 225 000, estas crianças são maltratadas cruelmente e executam os trabalhos forçados sem dinheiro, sem ter tempos livres, sem ter chance de frequentar uma escolha. Depois do terremoto este número aumentou e pode tornar-se maior por isso as mudanças climáticas. A situação de desemprego no Haiti degenerou cada vez mais, depois do terremoto acerca 70 % dos haitianos não trabalham. O Estado não tem a capacidade de definir um plano de desenvolvimento eficaz reduzindo a pobreza, aumentando o PIB do país, criando trabalhos e a igualdade de sorte, tomando algumas regras eficazes para proteger os recursos e reservas naturais, os patrimônios históricos e biológicos, os sites turísticos. O problema do ambiente é uma amalgama, se precisar resolvê-lo, tem que considerar os fatores sociais que são muito relevantes, mas tem que haver também um Estado consciente de tal situação. No passado, teve várias declarações de alguns países da comunidade internacional como Brasil e Canadá para ajudar Haiti a resolver seus problemas de desflorestamento, mas até hoje nada é feito, a situação se torna cada vez mais lamentável. Segundo o Instituto de Estatística e de Informática do Haiti, cada ano entre 10 e 20 milhões arvores são cortadas, portanto a taxa de rearborização por ano é de 0,7 %, os grandes consumidores de madeira como as padarias, as lavagens a seco, os restaurantes, as destilarias cortam 53 300 arvores por ano, cerca 90 % da população usam o carvão de madeira para cozinhar e 80 % não têm acesso à eletricidade. As leis tomadas pelo governo são sem efeito, não existe uma policia florestal, a situação da vida social da população não é melhorada depois do terremoto de 2010 tendo causado a perda de 8,5 % empregos nos setores como turismo, telecomunicação, transporte e comercio[9]. Todos esses problemas sociais têm grandes impactos sobre o ambiente pelo desflorestamento que é uma das principais causas da degradação ambiental, por outro lado, o desflorestamento produz como consequência a erosão. Enfim, como afirmou Nancy Rock, o governo deve tomar algumas medidas drásticas mesmo impopulares para salvar o ambiente do Haiti que está doente.
3.1.3.      INSTABILIDADES POLÍTICAS
A ausência de uma boa política ambiental e a fraqueza do poder do Estado é ainda uma grande causa da degradação ambiental, pois num Estado não existe dirigentes consequentes, os cidadãos são abandonados a si mesmos, é tirania que reina. Também, as crises políticas desde 1986 retardaram substancialmente o desenvolvimento do país e desde este período o ambiente não nunca foi a prioridade dos governos. Com efeito, em 1986, a população se revoltou contra a ditadura dos Duvalier (Pais e Filho), o país foi dirigido por os militares até 1990. Em 1991 o presidente Jean-Bertrand Aristide subiu um golpe de estado, depois da sua instalação como presidente, pelo exercito do Haiti sob o controle dos Estados Unidos, desde este período, o país conheceu um congelamento econômico da comunidade internacional imposto pelas Nações Unidas, foi um «Embargo» terrível que agravou a situação socioeconômica dos haitianos. Em 1994, Aristide voltou para o Haiti e em 1996 Rene Préval foi elegido presidente da república, e diante as dificuldades de se entender com o Parlamento, ele o dissolveu. Em 2001, as eleições marcadas por fraudes e irregularidades trouxeram de novo Jean-Bertrand Aristide ao poder, três anos mais tarde, seja em 2004, na sequência das  revoltas populares, foi compelido de deixar o poder para refugiar-se na África. Em 2006, as eleições contestadas proclamaram a vitória de René Preval em face de Leslie François Manigat. Em 2008, diante o fome crônico, a população saiu nas ruas para reclamar do governo a comida, por isso o primeiro ministro Jacques Edouard Alexis recebeu uma votação de censura no Parlamento, o país vai passar mais quatro meses sem primeiro ministro antes da nominação da Sra. Michel Duvivier Pierre-Louis como primeira ministra, infelizmente as tenções políticas e seu desacordo com o presidente, lhe conduziu à demissão e foi substituído por Jean-Max Bellerive. Em 2010 acerca 17h30 o país ia conhecer o catástrofe natural mais desastroso da sua história, e todo projeto, todo plano, toda perspectiva falham. Em dezembro do mesmo ano, apesar de seu estado lamentável, o governo com ajuda internacional organizou as eleições de 2010, ainda marcadas por fraudes, irregularidades e violentas contestações, que proclamam a vitória de Joseph Michel Martelly como presidente que entrou em função em maio 2011. Com efeito, este último ia herdar as mesmas dificuldades políticas para escolher seu primeiro ministro. Dois nomes foram recusados pelo Parlamento antes de chegar à nominação de Garry Conille em outubro 2011 como primeiro ministro, depois que o país tem passado cinco meses sem governo. Nós não poderíamos esquecer as diferentes brigas entre o presidente e a Imprensa, entre o presidente e o Parlamento principalmente sobre a questão da dupla nacionalidade segundo a qual o Parlamento através do Senador Moïse Jean-Charles e outros, alguns membros do governo inclusivo o presidente teriam dupla nacionalidade, o que é contra a constituição de 1987. O primeiro ministro Garry Conille teve muitos desacordos profundos com o presidente sobre algumas questões de interesse público muito pertinentes, principalmente a questão dos contratos passados pelo estado haitiano com algumas firmas nacionais e internacionais sob o governo de Jean-Max Bellerive aos quais parece que o presidente Martelly participou. Conille queria verificar se esses contratos foram no interesse do Haiti. Por outro lado, Conille perdeu o controle de seus ministros que não responderem a sua convocação ao conselho dos ministros, assim Conille se tornou um geral sem exercito e foi compelido a demitir em fevereiro 2012, seja três meses depois da sua entrada em função. O presidente se encontrava na obligação de escolher um outro primeiro ministro juntamente com o Parlamento. Assim, em 4 de maio de 2012, depois da sua ratificação no Senado e na Camará dos Deputados, o presidente publicou o Decreto nomeando Laurent Salvador Lamothe como primeiro ministro. Este último entrou num período em que a tensão política entre o Parlamento e o presidente, e os parlamentares entre si mesmos aumenta, as dificuldades sociais e econômicas são enormes, as manifestações contra a vida cara não param, as situações dos refúgios nos campos provisórios agravam-se, os problemas ambientais tornam-se cada vez mais alarmantes, são todos esses problemas que atendem o primeiro ministro. Em resumo, a história política do Haiti foi sempre fortemente marcada por uma situação de instabilidade, de corrupção, de conflito entre os poderes e de golpe de estado.
3.1.4.      FRAQUEZAS ECONOMICAS
 Do ponto de vista econômico, Haiti é um país que os Estados Unidos, a Franca e o Canadá colocam no joelho, isso significa que a situação econômica do país sendo alarmante, depende dos estrangeiros, quase 80 % do orçamento nacional depende da ajuda estrangeira, os Estados Unidos fornecem acerca 60 % na ajuda econômica recebida por Haiti. A economia haitiana depende da produção agrícola, mais 65 % da população praticam a agricultura, mas é uma agricultura de subsistência, ou seja, a produção do camponês é destinada a alimentar sua família, se ficar uma parte mais, ele vai vendê-la no mercado, não para comprar fertilizante, mas para comprar outros ingredientes que ele não produz. Antes do terremoto de 2010 a situação econômica do Haiti foi complicada com um déficit de PIB de 4,4 % entre 2008-2009, o sismo de 2010 fez aumentar a taxa de inflação a 11 % diferentemente de -4,7 % em 2009. Esta inflação pode ser explicada pela diminuição da oferta, pela aumenta do preço do transporte e pelo afluxo das ajudas exteriores[10]. A economia haitiana é caracterizada pela desigualdade da repartição dos bens e a dependência do estrangeiro. A economia não formal do país representa 70 % das atividades econômicas e entre 80 % e 90 % dos haveres do país. Haiti dispõe de um aparelho industrial não completo e enfrenta a uma insuficiência de mão de obra qualificada e as elites conservam as riquezas do país sem criar a possibilidade de distribuí-las.
3.2.      CONSEQUÊNCIAS
Se o desflorestamento for uma das principais causas ligadas à degradação do ambiente do Haiti, se as ações políticas foram fracas e ineficazes, se os fenômenos naturais continuram se produzir no país, tudo isso significa que suas consequências não são negligenciáveis. Elas são enormes e numerosas, mas vamos tentar sintetizar considerando as mais relevantes. Em primeiro lugar, o desflorestamento que é uma das grandes causas da degradação ambiental, engendra por ano uma perta de 16 milhões U$. Entre um milhão de arvores plantadas em 1987, acerca 600 000 sobreviverem, segundo o agrônomo Yvon Faustin. A exploração anárquica das minas de areia que estão destruindo as montanhas tem um grande impacto sobre o ambiente, hoje existe quinze minas de areia que são exploradas de modo desregulado ao desprezo do ambiente. Quanto às montanhas como Hospital e  Garnier, elas se tornam favelas e podem produzir um catástrofe humano e natural. Muitas espécies haliêuticas no mar do Haiti são ameaçadas de extinção pelas ações anti-higiênicas da população que não sabe gerar os lixos, e os deixa no mar do país, o que afeta não somente o mar do Haiti, mas também o mar dos outros paises como Cuba, Jamaica, então o mar do Haiti é poluida. Em segundo lugar,  podemos ajustar a essas consequências também os problemas de drenagem, de recolhimento e de eliminação dos lixos, isso tem efeito sobre a saúde da população engendrando as doenças como malaria, cholera e chique, então o chique foi uma doença erradica no Haiti faz muito tempo, mas fez o seu reapareciemnto na sociedade por isso da ausência de higiêno através o território. Em terceiro lugar, o terremoto de 10 de janeiro de 2010 foi a última catástrofe natural que mostrou efetivamente a vulnerabilidade do ambiente do Haiti. Segundo vários geógrafos haitianos e estrangeiros a construção anárquica e a má utilização do espaço foram algumas  consequências maiores dos impactos humanos deste terremoto tendo engendrado mais 220 000 mortos, 300 000 sinistrados, 1,3 milhões de sem refúgios e mais 500 000 indivíduos voltaram para as zonas rurais. Do ponto de vista geográfico-natural, o terremoto de 10 de janeiro mudou a morfologia urbana haitiana tornando-a mais vulnerável[11]. Em quarto lugar, uma outra grande consequência da degradação ambiental é o fenômeno dos refugiados ambientais, as tempestades tropicais são os principais atores desse fenômeno, como exemplo, a tempestade tropical «Noël» afeitou mais 10 226 familias, 18 712 pessoas são postas nos centros de alojamento, 8735 casas foram destruidas. Antes, nos anos 50, 87 % da população viverem nas regiões rurais, hoje tem 59,58 %, e tem risco que a situação torna-se mais cruel com as mudanças climáticas, como consequências futuras, isto pode produzir a migração interna, ou seja, as pessoas deixarão o meio rural para se estabelecer nas grandes cidades como Port-au-Prince, Cayes, Jacmel que são si mesmas ameaçadas, e uma migração massiva externa dos haitianos em Republica Domincana, em Bahamas, no Canadá, nos Estados Unidos, na Guyana Francesa. A mâ gestão do espaço físico engendra a criação das favelas, e ali se escondem os bandistas que criam uma atmosfera de insegurança, segundo o responsável da policia nacional, a maioria das ações bandististas como roubo, kidnapping, violação e outros são cometidas nas favelas[12]. Enfim, os estabelicimentos de saúde não são limpos, a segurança sanitária é quase inexistente, o higiene alimentar é fraco, mais 60 % da população não têm acesso à água potável e a maioria das fontes, dos rios são contaminadas.
4.            AS CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS SOBRE AMBIENTE E SOCIEDADE E A PARTICIPAÇÃO DO HAITI
Haiti tem uma reputação de ser sempre presente nas todas as conferências mundiais que acontecem sobre os temas como democracia, meio ambiente, política, econômica, etc. A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano conhecida como Conferência do Estocolmo realizada em Estocolmo, na Suécia em 1972, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada no Rio de Janeiro em 1992, conhecida sob o nome de Rio 92, a Conferência Mundial sobre a Sustentabilidade em 2002 em Johannesburg, enfim recentemente a Conferência das Nações Unidas sobre a Economia Verde e Sustentabilidade realizada no Rio de Janeiro de 20 a 22 de junho de 2012 conhecida como Rio+20 onde Haiti se fez representar pelo presidente Michel Joseph Martelly, nas todas estas conferências que, geralmente se terminam pela assinatura de um documento oficial fazendo obligação ao Estado parte no caso da ratificação de respeitá-lo, a presença do Haiti foi visível. Chega-se a perguntar as vezes qual é  a relevância ou a utilidade da participação do Haiti nesses tipos de debate antes e hoje, se a sua situação socioambiental, econômica e política se torna cada vez mais lamentável? Qual é a relevância dessas conferências sobre Sustentabilidade, Economia Verde por Haiti, se a sua economia depende a 80 % da ajuda estrangeira, se a sua população está vivendo sublimiar da pobreza? São unicamente das participações e nada de mais, sem resultados, sem efeitos enquanto o país tem grandes emergências. Enfim, essas conferências não podem produzir efeitos tanto como, por um lado, os haitianos não se conscientizam da fragilidade do seu ambiente, das consequências desastrosas das suas ações, por outro lado tanto como o governo não toma as medidas rígidas e severas contra todo os que matam impunemente as arvores. Alguns geógrafos e agrônomos dizem que a corta da arvore não é o principal problema, mas ela deve ser controlada e regulada segundo as leis, além disso, para cortar uma arvore tem que haver certeza que ela foi substituída pelo menos cinco. Hoje, o governo e as autoridades locais têm que mostrar a relevância dessas conferências na realidade socioambiental, política e econômica do Haiti pelas suas ações concretas, mostrar a presença e a participação do Haiti nesses debates cada ano não é inútil. Eles devem também se inspirar dessas conferências para levar os haitianos em compreender que a proteção do ambiente é uma questão mundial. Se a participação do Haiti nessas conferências for considerada desprezível ou fraca, por outro lado, elas podem ser uma fonte à qual ele pode voltar para se corrigir.

5.            O CORPUS JURÍDICO  DO ESTADO DIZ RESPEITO AO AMBIENTE E O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES AMBIENTAIS
Por disposições legais tem que entender dois tipos: a legislação nacional e as convenções internacionais ratificadas pelo Parlamento haitiano.
5.1.      O CORPUS JURÍDICO  DO ESTADO DIZ RESPEITO AO AMBIENTE
5.1.1        LEGISLAÇÃO NACIONAL
A constituição de 1987 da República do Haiti consagra o capítulo II de titulo IX ao ambiente, a lei constitucional é, do ponto de vista da hierarquia das normas, o texto mais relevante. O artigo 256 diz o seguinte: Dans le cadre de la protection de l'Environnement et de l'Education Publique, L'État a pour obligation de procéder à la création et à l'entretien de jardins botaniques et zoologiques en certains points du Territoire. «No quadro da proteção do ambiente e da educação pública, o Estado tem como obligação de proceder em criação e em manutenção dos jardins botânicos e zoológicos nos alguns pontos do Território». Este artigo mostra não apenas a responsabilidade do Estado de proteger o ambiente, mas também seu engajamento a desenvolver as ações concretas para chegar a essa obligação. Não trata-se de um desejo, nem um serviço que o Estado vai prestar aos cidadãos, nem um presente ao povo, mas uma obligação, a palavra se explica si mesma. Obligar é fazer sem contra parte, no caso em que uma obligação não se cumpre, o ator ou o responsável falta a uma regra, e faltar a uma regra produz a sanção. Mas, como não pode-se sancionar o Estado teoricamente, os cidadãos podem simplesmente denunciar suas ações ineficazes. Paralelamente, existe duas leis especificas que tratam mais profundamente a questão ambiental: o Código das Leis Haitianas do Ambiente anotado e compilado por Jean André Victor em 1995 e o Decreto sobre a proteção do Ambiente tomado sob o governo provisório de Boniface Alexandre em 2005. Em primeiro lugar, o Código compreende as leis de 1804 a 1995 diz respeito ao Ambiente, nesse sentido a legislação haitiana sobre o Ambiente é abundante, por exemplo, no domínio das arvores e as áreas protegidas, a legislação cobre 80 % da totalidade dos textos de lei. Ele enfatiza igualmente a questão de parcelamento das terras e seu corolário, a consolidação, como problemas clássicos do Ambiente rural, ele se compõe das leis e dos decretos que emanam do Executivo. Em segundo lugar, o Decreto de 2005 vem reforçar a Constituição de 1987, o Código de 1995, as leis orgânicas do Ministério do Ambiente e as das outras instituições trabalhando no domínio ambiental. No seu artigo três o Decreto afirma que o Estado reconhece o Ambiente como patrimônio nacional, mais longe, reforçando o artigo 256 da constituição, ele estipula que a proteção do Ambiente é a responsabilidade de todas as autoridades nacionais, regionais, municipais, locais inclusivo a dos cidadãos para participar à gestão comum do domínio nacional que é o Ambiente. A lista das legislações sobre o Ambiente não são exaustivas, mas a obligação de síntese no quadro deste trabalho acadêmico não nos permitirá de ser bastante abundante nesse sentido. Desejamos que esta pequena consideração de legislação nacional do Ambiente possa servir a dar uma luz da situação ambiental haitiana do ponto de vista jurídico. Enfim, o direito ao ambiente é reconhecido na Declaração Universal dos Direitos do Homem como um direito humano, a constituição haitiana de 1987 reconhece também o direito a um Ambiente limpo e agradável como um dos direitos humanos inalienáveis, mas tudo isso fica como declaração e boas palavras, na realidade é o contrário, nenhum direito ambiental não é protegido.
5.1.2        AS CONVENÇÕES (INTERNACIONAIS, REGIONAIS E BILATERAIS)
Haiti assinou e ratificou muitas convenções a caráter internacional, regional e bilateral diz respeito ao ambiente. Do ponto de vista jurídico e segundo a Constituição haitiana, as convenções, as leis, os contratos, os tratados a caráter tanto internacional como regional e bilateral fazem parte da legislação haitiana depois da sua ratificação pelo Parlamento. De este fato, em primeiro lugar, sobre o plano internacional, o Estado haitiano ratificou as convenções seguintes: a convenção de Londres sobre a prevenção da poluição dos mares resultando da imersão de lixos em 1975, a convenção das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas de 1992, ratificada em 1996, o Protocolo de Kyoto em 2005 que é a continuação da convenção das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas adotada na conferência de Rio 92, a convenção de Viena para a proteção da camada de ozônio em 2000, a convenção sobre o alto mar em 1960. Haiti assinou, mas ainda não ratificou as convenções seguintes: a convenção do Estocolmo de 2001 sobre os poluentes orgânicos persistentes (POPs), seguida da convenção sobre a desertificação de 1994 e a convenção sobre a diversidade biológica de 1992. Em segundo lugar, existe as convenções a visão regional que Haiti ratificou por exemplo, a convenção de 1940 para a proteção da flora, da fauna e das beldades panorâmicas naturais dos países da América Latina ratificada em 1941, a convenção para a proteção da natureza e a preservação da fauna selvagem no hemisfério ocidental em 1971, a convenção americana sobre regulamentação da circulação dos automóveis em 1950, todas estas convenções foram ratificadas por Haiti. Algumas convenções regionais são em atendimento de ratificação no Parlamento haitiano, por exemplo, a convenção para a proibição das armas nucleares na América Latina. Em terceiro lugar, diz respeito às convenções a caráter bilateral, Haiti ratificou com Cuba em 1977 e com a Colômbia em 1978 a convenção da delimitação das fronteiras marítimas. Portanto, a assinatura de um tratado ou de uma convenção tanto internacional como regional e bilateral não é constrangedora, mas a ratificação sim. Com efeito, a assinatura significa a manifestação da vontade do Estado para responder às exigências da convenção, mas a  ratificação faz obligação sistematicamente ao Estado de alcançar os objetivos estipulados no documento ratificado. Depois da ratificação o Estado é obligado de fazer os esforços a fim de concretizar os planos inclusivos no quadro de uma política de desenvolvimento sustentável e da proteção do ambiente.  Mas, infelizmente, até hoje o desflorestamento cruel, a poluição do mar pelos lixos domésticos e industriais, a poluição do ar pelos gases a efeitos de estufa, são a evidência que o Estado não tem feito nada a fim de respeitar seus engajamentos nem diante do seu povo nem diante da comunidade internacional. As leis nacionais como as à caráter internacional, regional e bilateral são sacrificadas ao desprezo do Ambiente.
5.2.      O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES AMBIENTAIS
Da mesma maneira, as organizações a vocação ambiental são de duas categorias: nacional e internacional. Existe vários programas, várias iniciativas e associações tanto do lado da sociedade civil haitiana como do lado do estrangeiro, que se consagram à questão ambiental no Haiti. O seu número é grande, isso não será interessante para um trabalho como este, mas vamos tentar enfatizar os mais relevantes.
5.2.1.      ORGANIZAÇÕES AMBIENTAIS NACIONAIS
Como consagrado na constituição haitiana, os cidadãos têm direito à associação para defender seus direitos e participar ao desenvolvimento social, político e econômico do seu país. Nesse sentido, as organizações nacionais a vocação ambiental criadas pelos grupos ou agrupamentos de cidadãos que são conscientes da relevância do meio ambiente, é a expressão e a manifestação completa desse direito. Elas se propõem de pôr uma ação, seja mínima, na mobilização da proteção do Ambiente. Podemos citar como exemplo as organizações como l'Association Haïtienne de Droit de l'Environnement (AHDEN) «Associação Haitiana de Direito do Ambiente», formada de advogados e juristas, esta associação tem como objetivo de promover os direitos ambientais sobretudo nas áreas rurais. Haiti, Risques, Environnement et Société (HARES) «Haiti, Riscos, Ambiente e Sociedade (HARES)», é uma outra associação que tem como objetivos principais; sensibilizar a população sobre a vulnerabilidade do Haiti aos fenômenos naturais e contribuir a acrescentar o conhecimento da população no domínio dos riscos naturais. Mas, bem que úteis, todas estas associações que provem da iniciativa da sociedade civil funcionam de uma maneira isolada, suas ações produzem poucos resultados e confrontam aos problemas econômicos profundos. Enfim, em fevereiro de 2011 foi organizado um colóquio internacional sobre a Promoção do Direito do Ambiente no Haiti, mas tudo isso permanece sem resultado positivo.
5.2.2.      ORGANIZAÇÕES INTERCIOANAIS COM A VOCAÇÃO AMBIENTAL
Sobre o plano internacional o PNUE Programme des Nations-Unies pour l´Environnement «Programa das Nações Unidas para o Ambiente» e o PNUD Programme des Nations-Unies pour le Développement «Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento» são dois exemplos significativos na questão ambiental e desenvolvimento sustentável no Haiti. O PNUE é um órgão das Nações Unidas cuja a missão é ajudar principalmente no domínio ambiental. No seu relatório de 2011 afirma que o impacto econômico do terremoto de 2010 é estimado a U$ 7,8 bilhões  representando 121 % do PIB. No quadro do seu trabalho no Haiti, ele elabora depois do terremoto, cincos problemas principais ligados à saúde ambiental do Haiti, trata-se das dificuldades a coletar e dispor os corpos, das dificuldades a eliminar os lixos biomedicais, eliminação não controlada e ilegal dos lixos sólidos, dos problemas de saneamento nos campos temporários, da falta de soluções adequadas para eliminar ou tratar os lixos humanos nos refúgios provisórios. Também o PNUE organizou alguns seminários de formação para os quadros da função pública do ministério do Ambiente sobre a gestão dos lixos biomedicais, depois do terremoto, o PNUE tinha a responsabilidade de coordenar um programa chamado Cash For Work «Dinheiro contra Trabalho». O PNUD na sua parte por através do Programme de Micro-Financement du Fonds pour Le l´Environnement Mondial (PMF/FEM) «Programa de Mirco-Financiamento do Fundos para o Ambiente Mundial» desenvolveu um programa estratégica na meta de apoiar as atividades no domínio da biodiversidade, das mudanças climáticas, as águas internacionais, a degradação das terras e os Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) criando os meios da existência sustentável. Em um documento elaborado em 2010, o PNUD abundou no mesmo sentido do que PNUE mostrando a vulnerabilidade do ambiente do Haiti, mas ele vai mais longe identificando uma área chamada «Mongrove» ameaçada de desaparecimento. Enfim, contrariamente ao PNUE, o PNUD foi menos severo ao olhar do Haiti, segundo ele Haiti é o país da região Caribe que tem uma biodiversidade mais rica com 5 000 espécies de plantas e 2 000 espécies de animais, mas desde a ratificação da convenção sobre a diversidade biológica em agosto de 1996, a riqueza biológica do país confrontou alguns problemas relevantes como a degradação do ambiente, a ameaça de extinção de várias espécies de plantas e de animais, o desflorestamento, o desaparecimento das espécies de plantas e de animais raras, a poluição dos ecossistemas marinhos e costeiros e o comercio ilegal de espécies endêmicas que tendem a desaparecer como Flamingo rosa ou «Aratinga Chloroptera» e o Papagaio do Hispaniola.
6.            POLÍTICAS PÚBLICAS DO GOVERNO
A conferência do Rio 92 trouxe uma grande inovação na vida institucional haitiana e particularmente na vida ambiental pela criação do Ministério do Ambiente em 1994 que funciona infelizmente até hoje sem lei orgânica. Também paralelamente existe Conselho Nacional do Ambiente e de Luta contra erosão (Conseil National de l´Environnement et de Lutte contre l´érosion) e o Conselho Nacional de Arrumação do Território (Conseil National d´Aménagement du Territoire, o papel destas estruturas governamentais é promover o debate sobre a proteção do Ambiente e trabalhar à concretização do plano geral do governo. Este ministério é quase inexistente, apesar de sua criação a situação ambiental do Haiti não para agravar-se, além disso, o seu orçamento é de 2,1% do orçamento nacional, o que significa que o ambiental nunca foi a prioridade do governo haitiano no passado. Com um tal orçamento como podemos esperar ações positivas desta estrutura. Cada período à chegada de um novo governo as mesmas promessas se repetem sob diversas formas. Com efeito, depois da sua instalação como presidente da república, Michel Martelly fundou seu programa político sobre o que ele chama os cincos «E», ou seja, Education-Environnement-Emploi-Energie-Etat de droit «Educação-Ambiente-Emprego-Energia-Estado de direito» ,é a primeira vez na história política haitiana que um presidente faz do Ambiente sua prioridade. Este programa político é acompanhado de alguns outros programas corolários a caráter popular como «ABA GRANGOU», programa que visa a reduzir a fome, «BAN M LIMYÈ, BAM M LAVI», programa que tem como objetivo de garantir a eletricidade a todos, «TI MANMAN CHERI», um programa cujo o objetivo é ajudar as mulheres nas áreas desfavorecidas a haver um comercio, «KATYE PAM POZE», um programa a caráter de segurança pública, enfim diante o perigo que ameaça a montanha Hospital faz muito tempo, o Ministério do Ambiente criou um programa chamado «SOVE LAVI NAN MÒN LOPITAL», este programa a caráter ambiental visa a destruir várias casas construídas de modo anárquico, a plantar lá mais 1 milhão de arvores. Por outro lado, o ministério tem um objetivo geral o de chegar a plantar 1 bilhão de arvores sobre o território nacional antes do fim do governo de Michel Martelly/Laurent Lamothe a fim de levar a cobertura vegetal do país de 1, 5 % a 5 %. A grande preocupação é saber como proteger essas arvores depois de ter plantado-assem ter uma policia florestal. Portanto, todos esses programas não são, com efeito, eficazes para resolver os verdadeiros problemas da população, são programas de curta duração, no passado teve vários programas deste mesmo tipo com Aristide e Préval que dirigirem o país durante duas vezes, mas a situação do país em vez de melhorar, se tornar pior. Não é um programa político novo com o qual o presidente Martelly quer dirigir o país, o problema é assim; não existe um plano de sustentabilidade, de desenvolvimento sustentável, um projeto de sociedade sustentável. Estes tipos de programas qualificados de «bidão» não podem responder aos verdadeiros problemas do Haiti, ou seja, com estes programas é perder o tempo, é fazer passar o tempo enquanto o país está desmoronando-se. Em fim, na sua participação ao colóquio Rio+20 que aconteceu no Rio de Janeiro de 20 a 22 junho de 2012, o presidente haitiano Michel Joseph Martelly defendeu seu programa político, lamentou o fato de que o processo da reconstrução do Haiti é muito lento e chamou atenção da comunidade internacional e dos países ditos amigos do Haiti a respeitar suas promessas, seus engajamentos tomados em seu favor desde o terremoto de 2010. Este colóquio deveria ser um ótimo sinal para que Haiti possa começar a resolver definitivamente seus problemas de ambiente, de economia, de pobreza, de insegurança social e alimentar, de corrupção a fim de ver se ao horizonte de 2040 pode se tornar um país emergente.

7.            PISTA DE SOLUÇÕES PARA RESOLVER O PROBLEMA AMBIENTAL DO HAITI
O problema ambiental é a primeiro vista um problema social e político, pois são as ações humanas que têm impacto sobre a natureza e sem uma boa política ambiental, não poderia haver desenvolvimento sustentável. É certeza que o problema ambiental pode também ter outros corolários, mas se o Estado não fizer dele uma obligação e uma prioridade, nada não vai acontecer. Em fato, pode existir diversas maneiras pelas quais os pesquisadores abordam a questão ambiental mundial e podem não concordar sobre as diferentes causas da sua degradação, mas o fato é que todo mundo sabe que a Terra é ameaçada, e essa ameaça é devida às ações do Homem. Tem uma multidão de causas que podem empurrar os seres humanos a ser cada vez mais não convivências ao olhar do ambiente porque os problemas são interconectados, interligados, tudo é ligado no universo. Então, se todo for ligado no universo, as causas e as consequências também são ligadas. No caso do Haiti, em resumo, duas causas principais são ligadas à degradação do ambiente, como já mostramos, são a pobreza e a fraqueza do Estado. Então, para resolver esses dois grandes problemas, o Estado deve haver um plano. Em um país onde a cobertura vegetal é menor do que 2 %, o trabalho não é fácil. Assim, para chegar a uma abordagem de uma solução mais concreta, razoável e sustentável da problemática ambiental do Haiti, gostaríamos de fazer as propostas seguintes:
1.      Resolver o problema de pobreza erradicando a fome, a má nutrição, a falta de cuidados de saúde, a falta de acesso à água potável
2.      Restabelecer a autoridade de estado pela luta contra a corrupção
3.      Controlar o espaço geográfico e a evolução demográfica da população criando uma policia florestal para proteger o ambiente
4.      Criar dos empregos sustentáveis eliminando a disparidade que existe na repartição das riquezas do país devolvendo o haitiano cada vez mais livre na sua vida econômica
5.      Aumentar o orçamento do Ministério do Ambiente
6.      Aplicar o Código florestal e todas as leis inclusivas, renovar o Código de higiene tomando as sanções severas contra todos os que os violam
7.      Reforçar o serviço de colhimento e de gestão dos lixos
8.      Aumentar a produção nacional, valorizar e regulamentar o modo de exploração dos recursos naturais e das minas do país pelas firmas nacionais
9.      Criar um plano de ação sustentável a fim de sair o país da dependência econômica dos estrangeiros
10.  Plantar pelo menos 2 000 000 de arvores (selvagens e fruteiras) cada mês.
11.   Combater o preço de carvão que a maioria da população utiliza para cozinhar diminuindo consideravelmente o preço do querosene.
CONCLUSÃO
Finalmente, hoje os haitianos estão em face de uma escolha: proteger o seu ambiente ou perecer, o governo e as outras autoridades legais elegidas que têm a responsabilidade de tomar decisões mesmo drásticas, eles estão também em face de uma escolha: Agir para salvar o ambiente ou perecer, para repetir as frases de Nancy Rock. A relação que os haitianos mantêm com o seu ambiente é muito horrível como já mostraram os números. Não falta organizações nacionais e organizações não governamentais a vocação ambiental no Haiti, não falta a presença da comunidade internacional, Haiti não nunca falta uma conferência internacional se for invitado, a comunidade internacional não para de se preocupar da situação lamentável dos haitianos, não falta ajudas nem uma forma de assistência, mesmo se for um tipo de ocupação na realidade, enfim não falta a organização de grandes conferências ou colóquios sobre o ambiente e o desenvolvimento sustentável. Porém, tudo isso vai ao desprezo do verdadeiro problema que é a pobreza e a fraqueza do Estado. Poder-se-ia retomar e retomar de novo todas essas atividades já citadas cada ano, mas sem um esforço de reduzir completamente a pobreza e ter um Estado responsável, nada não vai acontecer. Antes de fazer chamada à consciência dos cidadãos, tem de criar condições para que possam tomar consciência. O problema da degradação ambiental do Haiti como todos os seus problemas é de ordem haitiana, a comunidade internacional não pode salvar Haiti, únicos os haitianos podem salvar seu ambiente por uma ação consciente. Porém,  é difícil de falar de consciência a um povo que sofre  muito, que é miserável, que não tem esperança se não buscar a vida em um outro país riscando sua vida. O problema ambiental é muito preocupante no Haiti agora, ele precisa de ações concretas, rápidas e urgentes para salvá-lo, se não infelizmente, tem que esperar o seu desaparecimento.






REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
·         ADE, Emmanuel et MONIN, Emma, « La population et l’environnement » in « La gestion de l’environnement en Haïti (Réalités et perspectives), UNOPS/PNUD, Ed. Henri Deschamps, Port-au-Prince, 1998.
·         BARTHÉLÉMY, Gérard. Le pays en dehors, essai sur l’univers rural haïtien, Éditions Henri Deschamps/CIDHICA, 2e édition, 1989.
·         BLANC, Nathalie. Vers une esthétique environnementale, Paris: Ed. Quae, 2008.
·         BOYER, Luc et GUILLE, Marielle. L´environnement: comprendre et gérer, Paris: Ed. EMS Editions, 2006.
·         Convention de Londres sur la prévention de la pollution des mers résultant de l'immersion de déchets.
·         Convention de Stockholm sur les pollutants organiques persistants, 1972.
·         Convention de Viennes pour la protection de la couche d´ozone, Viennes, 1985.
·         CROÎT, Jean-Michel. L’insécurité à Haïti entrave l’essor économique de l’île, [Le Monde], 1er juillet 2008.
·         Décret sur la protection de l´environnement, Port-au-Prince, mai 2005.
·         DEVEZE J. (2006) : « Effondrement, J. Diamond : Comment les sociétés décident de leur disparition ou de leur survie ?», Afrique contemporaine, n° 220, pages 267-271.
·         DOURA, Fred, Economie d’Haïti, dépendance, crise et développement, Ed. Dami, Québec, 2003.
·         GENDRON, Corinne. Le développement durable comme compromi: la modernization écologique de l´économie à l´ère de la mondialisation, Québec: Ed. Presses Universitaires du Québec, 2006.
·         MICHEL, Roger.  L’espace caféier en Haïti : déclin et espoir, pages 70 et 71, Éditions KARTHALA, 2005.
·         ____________. Le drame écologique d’Haïti : genèse du désastre, AlterPresse, 6 février 2005.
·         Ministère de l´Environnement. Position de l´État Haitien dans le cadre du dialogue politique sur les changements climatiques, Port-au-Prince, 2009.
·         _______________________. Première communication sur les changements­­­­­­­­­­­­climatiques, Port-au-Prince, août 2001.
·         _______________________. Plan d´Action pour l´Environnement, Port-au-Prince: Ed. Henri Deschamp, juin 2009.
·         OPS/OMS. Développement durable et santé environnementale en Haiti, Port-au-Prince, novembre 2003.
·         PDNA. Haiti du tremblement de terre-Evaluation des dommages, des pertes et des besoins généraux et sectoriels, Port-au-Prince, 2010.
·         PIERRE, Mondy. La dégradation de l´environnement d´Haiti conduira-t-elle à sa disparition? Port-au-Prince, 2009.
·         PIERRE, Gaston. Reboiser Haiti, dans quelles conditions? Port-au-Prince, [AlterPress] 2012.
·         PROHÈTE, Jésula. Kenscoff : une verdure en voie de disparition, Panos Institute Caribbean, 23 janvier 2007.
·         Protocol de Kyoto sur la réduction des gaz à effet de serre, 1997.
·         PNUE. Le PNUE en Haiti: Revue de l´année 2010.
·         PNUE et Ministère de l´Environnement. Haiti: États et perspectives de l´environnement, Port-au-Prince, 2010, 196 p.
·         PNUD et FEM/PMF. Stratégie nationale de programme, Port-au-Prince, août 2008.
·         Rapport National de la République d’Haïti sur la mise en oeuvre de la convention sur la lutte contre la désertification, page 3, juin 2006.
·         ROC, Nancy.  Les réfugiés environnementaux : une menace réelle en Haïti, AlterPresse, 14 novembre 2007.
·         __________. Haiti-Environnement: de la «Perle des Antilles» à la désolation, Monréal, 2008.
·         SÉANT, Vario. L’espace haïtien face au péril de l’environnement et aux Incertitudes économiques et démographiques, AlterPresse, le 31 juillet 2007.
·         SAINT-LOT, Michel, Situation de l’environnement en Haïti, UNICEF/HAITI, Port-au-Prince, Mai 1999.
·         USAID/HAITI. Vulnerabilité environnementale en Haiti. Conclusions et recommandations, Port-au-Prince, décembre 2006.
·         VÉDRINE, Emmanuel W. Haiti and the destruction of nature, Boston: Ma Vedcrep, 1999.
·         VICTOR, Jean-André. Code des lois haitiennes de l´environnement, Port-au-Prince, octobre 1995.

LISTA DAS SIGLAS
FAO: Food Agriculture Organization of United Nations
FEM: Fonds pour l´Environnement Mondial
PDNA: Plan d´Action pour le relèvement et le développement national d´Haiti
PIB: Produit Interieur Brut
PMF: Programme de Micro-Financement
PNUD: Programme des Nations-Unies pour le Développement
PNUE: Programme des Nations-Unies pour l´Environnement
OMS: Organisation Mondiale de la Santé
ONU: Organisations des Nations-Unies
OPS: Organisation Panaméricaine de la Santé
UNICEF: Organisations des Nations-Unies pour l´Enfance
UNOPS: United Nations Office for Project Services
USAID: United State Agency International Development

Campinas, 22 de julho de 2012


[1] Roger Michel, L’espace caféier en Haïti : déclin et espoir, pages 70 et 71, Éditions
KARTHALA, 2005
[2] Ibid, Le drame écologique d’Haïti : genèse du désastre, AlterPresse, 6
février 2005
[3] ROC, Nancy. Haiti-Environnement: de la «Perle des Antilles» à la désolation, Monréal, 2008
[4] 3ème Rapport National de la République d’Haïti sur la mise en oeuvre de la convention sur la lutte contre la désertification, page 4, juin 2006.
[5] BLANC, Nathalie. Vers une esthétique environnementale, Paris: Ed. Quae, 2008.

[6] 1. DEVEZE J. (2006) : « Effondrement, J. Diamond : Comment les sociétés décident
de leur disparition ou de leur survie ?», Afrique contemporaine, n° 220, pages 267-
271.
[7] Ministère de l´Environnement. Position de l´État Haitien dans le cadre du dialogue politique sur les changements climatiques, Port-au-Prince, 2009 p.5-11
[8] 3ème Rapport National de la République d’Haïti sur la mise en oeuvre de la convention sur la lutte contre la désertification, page 3, juin 2006.
[9] PDNA. Haiti du tremblement de terre-Evaluation des dommages, des pertes et des besoins généraux et sectoriels, Port-au-Prince, 2010 p.22

[10] Haiti PDNA Du Tremblement de terre-Evaluation des dommages, des pertes et des besoins généraux et sectoriels, 2010, p.22
[11] Haiti PDNA Du Tremblement de terre-Evaluation des dommages, des pertes et des besoins généraux et sectoriels, 2010, p.8
[12] Jean-Michel Caroît, L’insécurité à Haïti entrave l’essor économique de l’île, Le
Monde, 1er juillet 2008

Aucun commentaire:

Enregistrer un commentaire

Merci de préférer ce blog.