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A FELICIDADE VISTA PELA SOCIOLOGIA: CONTRIBUIÇÃO A UM DEBATE SOCIOLÓGICO


Resumo
Este trabalho pretende ser uma modesta contribuição ao debate sociológico sobre a felicidade que hoje não é mais um assunto tabu. Um assunto que se discute em diversos campos de estudo: filosofia, psicologia, economia, sociologia até musicologia. Porém, nenhuma dessas ciências detém o monopólio de definição da felicidade. Com efeito, a felicidade se tornou um problema preocupante no campo da sociologia a partir do século XIX. Como sempre, a sociologia se rompe com as tradições filosóficas e psicológicas que veem na felicidade uma iniciativa autônoma, individual e até espiritual do indivíduo. Ela se posiciona diferentemente e propõe de tratar a felicidade como o sentimento social altamente compartilhado entre os indivíduos. Desde então, várias perguntas surgiram nas sociedades modernas entre as quais sublinhamos aqui duas que nos parecem mais pertinentes: Como a sociologia vê a felicidade? É possível falar de uma sociologia da felicidade? Tal é o objeto deste trabalho que objetiva provocar uma reflexão sociológica em torno desse tema.

Introdução

A felicidade é, sem dúvida, um querer de tudo mundo. As pesquisas dos cientistas sociais, filósofos, psicólogos ou economistas enfatizam que ela é um estado mental e físico muito desejado por cada ser humano além da sua situação social e econômica, e, também, apesar de as conjunturas políticas, pelas quais a sociedade poderia estar passando, serem difíceis. Ou seja, não existe um único ser humano nessa face da terra que não gostaria de ser feliz e que não estaria à busca da felicidade, independentemente da forma pela qual será alcançada: Individual ou coletiva. Além de ser um desejo, ser feliz é também um direito inalienável e imprescritível reconhecido a todo ser humano de buscar e criar, por seus próprios meios, esse bem estar subjetivo. Segundo o último relatório sobre a felicidade, a ONU recomenda a cada Estado de criar condições políticas e sociais a fim de garantir esse direito a cada cidadão escrevendo-o no plano de políticas públicas. Ademais, desde o séculos XVIII, XIX e XX, a noção do bem estar está inscrita nas legislações tanto nacionais, por exemplo, a Declaração de Independência de Tomás Jefferson de 1776, como internacionais, neste caso a DUDH (artigos XXV alínea 1º e XXIX alínea 2º). Então, hoje em dia, a noção do bem estar, que inclui a felicidade, se torna um problema de investigação científica e de grande interesse social, psicológico e político.                                                        
De fato, na perspectiva sociológica, a felicidade, ao se fundar sobre as normas sociais e a vida social e coletiva, deve entender-se como um objetivo a ser, social e coletivamente, construído e concretizado pelos atores sociais membros de uma mesma sociedade, em outras palavras, a felicidade construída na individualidade por cada indivíduo segundo seus próprios métodos e esforços ignorando os outros agentes sociais, é mais frágil e parcial do que aquela a ser coletivamente construída, por que ela é considerada como isolada do resto do corpo social. A ambição deste trabalho é suscitar uma reflexão e uma discussão em torno do processo da construção da felicidade como problema sociológico tentando mostrar que ser feliz não é uma questão simples e não se reduz unicamente aos desejos individualmente satisfeitos, mas é um problema social complexo por que se funda nas relações sociais e se relaciona com múltiplos fatores internos e externos que podem ser regrupados sob uma dupla terminologia: Individual (ou subjetiva) e social (ou objetiva). O que significa, portanto, que são elementos internos e externos, combinados juntos, que são capazes de causar tanto a felicidade quanto a infelicidade do ser humano. Dito de outra forma, a conquista da felicidade depende, de um lado, da própria iniciativa individual da pessoa, do estado da sociedade do outro. Se for assim, a questão, então, é saber o que é a felicidade? Qual melhor forma de alcançar uma real felicidade, individual ou coletiva? Assim, o trabalho retoma a metodologia que foi discutida no trabalho de Ribeiro e no World Happiness Report sobre o método de abordar a felicidade. Enquanto a segunda parte se articula em torno de uma tentativa de definição do conceito de felicidade, a terceira discute sua visão psicológica. Por fim, pretendemos concluir este trabalho provocando uma discussão e uma reflexão sobre a construção da felicidade como problema sociológico.

1. Metodologia para abordar a felicidade

Até agora, os autores que se preocupam pelo assunto de felicidade já têm propondo duas metodologias interessantes que permitem analisar e mensurar o grau da felicidade das populações. Trata-se, em primeiro lugar, da metodologia objetiva, ou seja, a que quer trabalhar com os elementos exteriores como coisas, no sentido dukheimiano, e que prefere analisar e olhar os diferentes aspectos do fenômeno pelo lado social, isto é, aspectos de fora suscetíveis provocar a felicidade assim como a infelicidade das pessoas como, por exemplo, emprego/desemprego; amizade/isolamento; casamento/celibato etc. Com essa metodologia corremos, no entanto, o risco de deixar fora ou menosprezar o sentimento pessoal do indivíduo e de cair numa objetivização exagerada.                                                                                   
Em segundo lugar, existe a metodologia subjetiva. Esta é mais difícil por que quer partir das opiniões das pessoas sobre sua própria condição de vida que levam cotidianamente perguntando-lhes se elas se sentem satisfeitas com esta vida como o todo (WHR, 2013; 2015). O problema dessa metodologia é que ela é perigosa no sentido de que não tem instrumento e matéria suficientes para escapar a um egoísmo e egocentrismo do indivíduo. Do outro lado, ela é suscetível tender para um culto da personalidade ao invés de abordar o problema de maneira científica e objetiva. Um outro problema que suscita esta metodologia é que ela é autenticamente relativa e comparativa no sentido de que a felicidade do indivíduo se define em relação não apenas com a qualidade da sua própria condição de vida social ou econômica, mas sobretudo comparando-a com as condições de vida das outras pessoas. A partir daí, vem a ideia segundo a qual a felicidade se funda na desigualdade (Easterlin, 1973 apud Ribeiro, p. 3-4).                                                        
Mas, existe uma terceira maneira ainda mais complexa de medir a felicidade, é a chamada por Kahneman (2006) de experience sampling measures, que consiste em seguir, passo a passo, cada momento da vida do indivíduo para determinar o no qual ele já se sentiu e se sente mais satisfeito (Kahneman, 2006 apud Ribeiro, p. 5). Além da sua complexidade, achamos que seria uma metodologia mais evidente para analisar e mensurar concretamente a felicidade do ponto de vista subjetivo por que ela estabelece um contato direto com os indivíduos. Nesse sentido, a felicidade varia em função do ambiente social, cultural ou familial no qual se encontra o indivíduo e, ao mesmo tempo, evolui segundo sua apreciação de cada experiência vital. Mas, a dificuldade dessa metodologia é que ela trabalha com o específico enquanto a ciência se interessa pelo geral. Portanto, cientificamente falando, é difícil sustentar uma tal metodologia. Em suma, cada das metodologias sugeridas tem sua força e fraqueza; sua vantagem e desvantagem.
No âmbito deste trabalho, é difícil optar pelas duas últimas metodologias que suscitam um problema de objetividade crucial, pois, não apenas se fundam na apreciação subjetiva dos indivíduos da felicidade, tal apreciação é muito instável, mas sobretudo necessitariam de um estudo empirica e estatisticamente bem organizado e de entrevistas estruturadas ou semi-estruturadas realizadas com aquelas pessoas de quem pretendemos investigar a felicidade. Ora, não dispomos, no momento de escrever este trabalho, desses dados estatísticos e empíricos relevantes. Portanto, nesse caso, apesar dos ricos que podemos correr com a metodologia objetiva (Ribeiro, [200-?]), achamos que ela é a mais cientificamente apropriada para abordar o tema de felicidade. Ela se funda, ademais, numa abordagem teórica e leva em conta os parâmetros externos e objetivos concebidos na sociedade que podem levar os indivíduos a ser felizes. Na nossa visão, as variáveis externas e objetivas se referem ao social por que existem fora da vontade individual e se escrevem num contexto social e político determinado. Isso traduz também o querer de nos afastar das características subjetivas elaboradas pela psicologia positiva na análise da felicidade (Niven, 2001).                                                                                                                               
Assim, as variáveis externas que enviam um sinal do funcionamento das instituições sociais ou da sociedade em geral, chamarão mais nossa atenção no âmbito deste trabalho. A ideia é investigar como a sociedade participa na construção da felicidade dos seus membros sem, no entanto, ignorar a liberdade, a capacidade e a vontade que cada um tem de alcançar, a partir das suas próprias estratégias, sua felicidade. Para isso, serviremos dos estudos teóricos já realizados nesse campo acerca da dimensão objetiva. A metodologia uma vez escolhida, vamos tentar, nos parágrafos seguintes, retomar algumas definições da felicidade, discutir a teoria psicológica da felicidade e provocar uma reflexão em torno da abordagem sociológica desse tema. 

2. O que devemos entender pelo conceito de felicidade?

2.1.Dificuldade de definir a felicidade

Embora nossa intenção aqui neste trabalho não seja fazer uma historicidade do conceito de felicidade, é importante sublinhar, no entanto, que essa noção já tinha chamado muito a atenção dos filósofos gregos começando por Sócrates e Platão até os pensadores modernos do século XVIII lembrando que a virtude, a ética, a educação e a religiosidade foram e permanecem ainda os elementos fortes na busca da felicidade (Oishi, [2000?]; WHR[1], 2013). Uma das maiores dificuldades encontrada, ao longo do tempo, pelos filósofos, historiadores, psicólogos, economistas e sociólogos, que teorizaram sobre a problemática da felicidade, é a de encontrar uma definição consensual e conceptual a ela. Isso significa que, historicamente, o conceito de felicidade é difícil ser definido.
Esta dificuldade talvez possa ser explicada, primeiro, pela variedade e multiplicidade de fatores com os quais se relaciona a felicidade (ver WHR, 2013; Russell, 2005), segundo, pela confusão linguística na origem entre os conceitos de bem estar subjetivo (Subjetive Well-being SWB) e de felicidade, a ponto que hoje o termo de bem estar subjetivo[2] é o mais apropriado e usado nos estudos científicos por que o termo de felicidade é muito problemático e ambíguo (Oishi, 2000; Kahneman e Krueger, 2006; Bartram, 2011), terceiro, pelo fato de que ela está submetida não somente à satisfação pessoal e subjetiva do indivíduo, como também se escreve numa dinâmica relacional, ou seja, é relacionada com as condições de vida dos outros indivíduos e com a situação sócio-política. Em outras palavras, neste último aspecto, a maioria dos autores concorda, apesar das divergências, sobre o fato de que a felicidade tem uma dimensão subjetiva caracterizada pelos fatores internos e uma dimensão objetiva que depende dos fatores externos, entre os quais existem uma correlação e uma dependência muito fortes (Oishi, 2000; Bartram, 2011). Todavia, apesar dessas dificuldades, isso não impede que possamos retomar algumas definições sugeridas a essa noção.

2.2.Proposta de definição da felicidade

A felicidade é um adquirido, ninguém nasce feliz, portanto, a felicidade não é inata (Niven, 2001, p. 5). Esta aquisição da felicidade se relaciona, desde o início, com um conjunto de variáveis indefinido: fortuna, riqueza, religiosidade, valores, símbolos, música, sorte, virtude, ética etc., e se realiza com certeza num ambiente social e cultural. Na sua etimologia grega, a palavra de felicidade, que se traduz por eudaimonia, onde o eu é (bom) e daimon significa (deus, espírito, demônio, etc.), podemos constatar uma combinação entre sorte e deus, por isso, McMahon (2006) citado por Oishi tem propondo definir a felicidade da maneira seguinte: "Happiness is what happens to us, and over that we have no control" (Oishi, 2000, p. 5). Em outras palavras, ser feliz, nesse sentido, seria ter sorte: Os mais felizes seriam, por conseguinte, aqueles que tiveram sorte de encontrar deus ou um ser espiritual. Santo Tomás de Aquino foi um dos filósofos cristãos a ver na fé religiosa o caminho da felicidade, ou seja, tanto o ser humano se aproxima cada vez mais de Deus e pratica a caridade quanto será mais feliz. Retomando o pensamento do autor, Oishi sustenta:

In the 13th century, however, St. Thomas Aquinas clarified the role of human effort in the process of eudemonia, which he conceived as becoming closer to God. Aquinas claimed that partial happiness can be achieved in this life via “the ‘theological virtues’ of charity, hope, and faith (Ibid., p. 7).

Isso que dizer que, desde a origem, uma certa relação intima se teria desenvolvido entre religião e felicidade, assim, a religião se tornaria uma variável analítica muito interessante para abordar a felicidade. Mas, trata-se da religião como fé espiritual e atividade contemplativa ou como grupo socialmente constituído no âmbito da solidariedade social e da coesão social? Toda a dificuldade está aí. De fato, sem querer entrar no detalhe desse tema, dentre as diferentes atividades humanas que podem produzir a felicidade, a religião desempenha um papel relevante, embora, até este momento, a felicidade que seria o produto da crença religiosa seja estreitamente espiritual, contemplativa e se encaixa numa ideal segundo Russell (2005) e Angelita (2008). Ademais, ainda não é cientificamente possível provar o grau, o peso e o lugar reais da religião – seja como fé espiritual ou como estrutura de coesão e de solidariedade social – na felicidade dos indivíduos.                                   
No entanto, não seria surpreendente se um ser religioso se declarasse mais feliz do que um ateu numa sociedade como os Estados Unidos onde a religião é tão omnipresente e ser ateu permanece um tabu (Hoyeau, 2015, p. 1-3). O inverso é possível e racionalmente válido, isto é, os ateus se engajam cada vez mais nos movimentos ambientalistas e ecológicos que constituem para eles uma fonte de felicidade. Também, não há dúvida de que a moral religiosa, apesar de tudo, alimenta essa felicidade na vida dos crentes enquanto, do mesmo modo, os ateus buscam sua felicidade em outras fontes da moral. Com efeito, desde As formas elementares da vida religiosa de Durkheim (1912) e A Ética protestante de Weber (1904-1905), a religião como fenômeno social e a ética religiosa como valor participam fortemente do sucesso social dos indivíduos. Se Durkheim se interessou à moral religiosa, Weber (1904-1905), por sua vez, tem analisado a capacidade da ética protestante de garantir aos protestantes a felicidade na realização do capital em comparação aos católicos que sempre tinham uma atitude hostil com o dinheiro. Portanto, é óbvio que exista uma relação entre religião e bem estar. Mas, essa evidência ainda não chega a convencer o pensamento científico de que maneira e em que sentido a religião seria objetivamente fonte da felicidade para os indivíduos.
Do ponto de vista dos economistas, a felicidade se relaciona com a renda e os bens materiais na medida em que, de um lado, o dinheiro seria tudo para alcançar a felicidade, nesse sentido, os ricos são sempre mais felizes que os pobres[3], a felicidade cresce simultaneamente com o PIB per capita, do outro. Em outras palavras, ser feliz é ter mais possibilidades econômicas de comprar bens materiais e satisfazer seus desejos vivendo bem. Desde a antiguidade até o tempo moderno, essa ideologia materialista de que a felicidade se relaciona à fortuna e à riqueza sempre foi defendida (Easterlin, 2002; Lane, 2000 apud Ribeiro, [2000?]). Isso é, certamente, um fato, porém, não traduz a ele só o grau da felicidade por que existem outros elementos da vida, que não são necessariamente bens econômicos, que produzem a felicidade.
Um dos grandes desejos expressados pela ONU tanto no segundo relatório de 2013 como no último saído em 2015 sobre a felicidade, é o de ver que os Estados finalmente façam da felicidade e do bem estar subjetivo um dos seus objetivos políticos inscritos nas políticas públicas e, a este efeito, o incluem claramente no seu plano de desenvolvimento social e econômico; trabalham ao seu alcance e criam atividades adequadas para que esse ideal seja efetivo. Com efeito, se no relatório de 2013, a definição onusiana da felicidade se escreveu numa aspiração do ser humano e num progresso social (WHR, 2103, p. 3), neste último relatório de 2015, ela enfatiza mais o aspecto político definindo a felicidade da maneira seguinte: “Happiness is increasingly considered a proper measure of social progress and a goal of public policy” (WHP, 2015, p. 3). Portanto, nesta definição a ONU faz da felicidade um objetivo altamente político e social que todo pais deve se esforçar a alcançar. Citado por Corbi e Menezes-Filho, Veenhoven (1997) entende por felicidade a avaliação mais ou menos global que uma pessoa faz da qualidade da sua vida. Então, para o autor, na análise da felicidade devemos levar em contar a vida da pessoa como um tudo, e não alguns aspectos desta que suscitariam a felicidade e os que não o seriam (Veenhoven, 1997 apud Corbi e Menezes-Filho, [2012?], p. 1). Aqui, tem, de um lado, a confusão entre bem estar subjetivo e felicidade a esclarecer, a maneira de medir a felicidade a sublinhar, do outro.

2.3.Felicidade ou o bem estar subjetivo?

O tema de felicidade é ora confundido com o de bem estar subjetivo ora usado como sinônimo deste. Há, então, entre esses dois temas, uma certa nuance a levantar. Com efeito, o tema de bem estar subjetivo, que compõe três elementos: avaliação da vida, sentimento positivo e sentimento negativo, foi proposto por vários autores entre os quais Diener, Oishi, Easterlin, e adotado pela OECD[4] no seu relatório de 2013 onde cada um desses elementos foi cuidadosamente investigado e coletado. Para estes autores, a felicidade se define como um dos componentes do bem estar subjetivo, ou seja, ele, o bem estar subjetivo, seria a reunião de um conjunto de elementos diversos que define a qualidade de vida do ser humano, portanto, não seria um fim em si, mas um estado que se adquire no meio, se desenvolve e se melhora progressivamente. Assim, o tema de bem estar subjetivo é mais abrangente e amplo do que a felicidade, que, enquanto um elemento desse conjunto mais complexo, é chamada a interagir com os elementos externos e objetivos oriundos do ambiente social e cultural. Nos WHR, os dois temas são usados às vezes de maneira separada e a felicidade se define como um estado do bem estar subjetivo, um dos seus componentes, nesse sentido, ser feliz não traduz literalmente ter um bem estar, às vezes como sinônimos, então, a felicidade do indivíduo é também o seu bem estar (WHR, 2012, 2103, 2105). Todavia, além desse dilema linguístico e terminológico, é difícil falar do bem estar subjetivo fora do conceito de felicidade e vice versa, pois, os dois temas podem ser considerados intercambiáveis, sinônimos e são usados tanto no WHR como nas outras pesquisas qualitativas e quantitativas para tratar da qualidade de vida das pessoas.

2.4.Como a felicidade se mede?

Se no passado, ser feliz é se atribuir uma filosofia de vida sem possibilidade de mensurar essa felicidade, hoje, graça às pesquisas científicas sobre o assunto, é possível medir o grau da felicidade de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos a partir de uma multiplicidade de variáveis e de um conjunto mais ou menos complexo de questões diversas objetivamente constituídos para serem direcionados aos entrevistados, mas, em geral, existem dois tipos de questionamento, um baseado na emoção (positiva ou negativa): Were you happy yesterday?, e o outro na avaliação: Are you happy with your life as a whole? (WHR, 2013, p. 3). É em torno dessas duas perguntas centrais, que levam em consideração diferentes variáveis, que se articula o conteúdo dos WHR da ONU. A primeira pergunta é puramente subjetiva e fechada, e necessita, por conseguinte, de uma resposta automática por sim ou não. A segunda é mais aberta por que objetiva a levar o indivíduo a avaliar sua vida enfatizando diversas variáveis externas nas respostas a serem colocadas, o pesquisador a analisar cientificamente essas variáveis que ultrapassam o sentimento e a emoção pessoais.                                                                                                      
No âmbito da mensuração da felicidade, a noção de variável é central por que sem variável, é impossível estabelecer o grau de felicidade. Por isso, o pesquisador precisa desde o início definir as variáveis com as quais gostaria de trabalhar, pois, o grau de felicidade muda, no mundo em geral e em cada sociedade em particular, em função das variáveis como gênero, sexo, idade, profissão. Por exemplo, se se tratar da variável sexo, as mulheres parecem ligeiramente, segundo Inglehart (1990), mais felizes do que os homens (Inglehart, 1990 apud Ribeiro, [2000?], p. 8).                                                                               
Essas perguntas exigem de saber com quais variáveis queremos trabalhar e qual metodologia priorizar: Objetiva ou subjetiva. Portanto, para medir a felicidade, dois elementos são essenciais, a variável e o método. Todavia, a partir dessas duas perguntas (tomadas como amostra), é possível construir a quantidade de gráficos e de quadros que quisermos, mas elas não traduzem, em nenhum sentido, a simplicidade e a facilidade da análise da felicidade tanto do ponto de vista individual como social. Trata-se, porém, de uma amostragem na formulação de perguntas que podem variar em situação diferente e ser colocadas de outra maneira, todavia, serão, geralmente, articuladas em torno de duas perspectivas, objetiva e subjetiva. Porque? Por que ser feliz, além de ser uma aspiração, resulta hoje de uma combinação entre o sentimento emocional e subjetivo da pessoa e o ambiente social, cultural e político no qual são construídas suas relações sociais. O pesquisador não pode escapar a esses fatores.
Quando, por exemplo, Ribeiro no seu inquérito tem entrevistado acerca 8951 indivíduos (4158 homens e 4793 mulheres) no Brasil, ele tinha por prioridade metodológica as opiniões pessoais e subjetivas dos cidadãos sobre o que realmente os faz felizes. A pergunta que se baseia na satisfação pessoal do indivíduo com a vida cotidiana que está levando, sendo aberta e livre, convida o indivíduo a fazer uma avaliação pessoal e subjetiva da sua própria vida a partir das variáveis sociais, políticas, econômicas e culturais externas como relações sociais, casamento, emprego, condição de trabalho, renda própria, lazer, etc. Portanto, nesse caso, as perguntas, de maneira individual que sejam formuladas, podem se inserir numa escala de 0 a 10, onde 0 significa muito infeliz e 10 muito feliz. Essas variáveis objetivas acima mencionadas podem se tornar o ponto de partida de uma investigação científica ao inverter a pergunta: Qual aspecto ou atividade da vida social deixa o indivíduo feliz ou infeliz?
Aí as respostas podem surpreender e variar ao mesmo tempo se um apaixonado do futebol coloca esse jogo como elemento que o faz feliz, um pai, os abraços carinhosos da sua esposa e das suas crianças que os esperam entrando em casa após uma jornada de trabalho difícil. Dentre as pessoas felizes que Russell conheceu na sua vida, era um jardineiro que encontrou no seu trabalho esse mesmo tipo de felicidade que falamos. Tudo isso traduz, em resumo, três coisas. É que, primeiro, a felicidade subjetiva e individual é um estado passageiro e parcial. Segundo, a felicidade é sempre comparativa e relativa[5] e as coisas que deixam as pessoas felizes são muito diversas, múltiplas e complexas, variam em função do tempo e do espaço, e, por fim, ela é um processo sempre em construção, um valor social que se adquire na sociedade. Nas linhas seguintes vamos levar em conta as duas visões científicas da felicidade propostas uma pela psicologia e outra pela sociologia.

3.      A felicidade do ponto de vista da psicologia

Como a psicologia vê a felicidade? Ser feliz, para Bertrand Russell (2005), é uma iniciativa pessoalmente tomada pelo indivíduo, ou seja, é, de um lado, gozar de todas as possibilidades e de todos os bens que a natureza oferece sem se preocupar da situação dos outros, em outras palavras, para o autor, a conquista da felicidade é um ato deliberadamente construído pelo próprio indivíduo. A felicidade está na atitude e no comportamento do indivíduo em presença da obra que está realizando (Russell, 2005, p. 121-124). No sentido russelliano, é o indivíduo que, de maneira autônoma, se esforça e trabalha duramente a ser feliz, pois, ele não pode ficar esperando que a felicidade venha, ou que alguém ou algo miraculoso o faz feliz[6], mas tem de ir atrás dela, tem que fazer um jeito para ficar feliz através das suas ações.  Por conseguinte, a felicidade é uma conquista. David Niven (2001), um dos alunos de Harry Gilman, um famoso psicólogo americano, ao retomar a visão do seu professor, vai no mesmo sentido que Russell dizendo: “Ninguém é capaz de fazer os outros felizes em um passe de mágica. O que podemos é ajudar as pessoas a verem aquilo que precisam ver, apontar o caminho e torcer para que elas o sigam” (Niven, 2001, p. 3).
Sem precisar ir mais longe, a visão psicológica da felicidade se concentra nos esforços pessoais do indivíduo ignorando todo fator social (Russell, Ibid., p. 205 a seguir) e pode ser considerada como adquirida num total isolamento do indivíduo do resto do corpo social. Este tipo de felicidade é, assim, acessível a tudo mundo por que está na natureza e se constrói de maneira subjetiva e autônoma pelo próprio indivíduo, então, não depende da condição social da vida. Por fim, essa felicidade é de tipo normal e animal (Ibid., p. 121-122).
Mas, existe, segundo o filósofo britânico, um outro tipo de felicidade, este é possível e accessível somente a quem sabe ler e escrever[7], nesse contexto, ela, a felicidade, se encontra condicionada pelo nível de educação adquirido. Sim a educação é um valor social, e, com certeza, Russell não ignora isso, mas trata-se aqui de um tipo de educação como fruto de esforços pessoais e individuais. Em outras palavras, essa felicidade é o produto da capacidade espiritual e intelectual do indivíduo de se impor no corpo social, de se fazer apreciar pela opinião pública, portanto, é pela cabeça e pelo intelecto que se constrói este último tipo de felicidade, e, consequentemente, seu sucesso está inscrito primeiro no estado psicológico do indivíduo, segundo, se relaciona com a apreciação dos seus pares em particular e da opinião coletiva em geral. Aqui, Russell reconhece, mesmo de maneira implícita, a importância do aspecto social que ele chama impessoal e aponta o seguinte:
O interesse por coisas impessoais, embora possa ter menos valor como ingrediente da felicidade cotidiana do que a atitude amistosa para com o próximo, é, mesmo assim, importante. Se toda a nossa felicidade depende exclusivamente de nossas circunstancias pessoais, o mais plausível é que estejamos pedindo à vida mais do que ela pode nos dar. E pedir demais é o método mais seguro de conseguir menos do que seria possível (Russell, Ibid., p. 132).

Russell concorda sobre o fato de que a percepção que a sociedade tem sobre um indivíduo participa, além do seu nível intelectual, da felicidade deste último. É por isso que a felicidade de um cientista é maior do que a de um artista. Portanto, ambas as concepções de Russell da felicidade são puramente de natureza psicológica e filosófica. Elas têm, não obstante, um aspecto relacional interessante que merece ser sublinhado.
Com efeito, segundo Russell, é difícil que um artista seja feliz na medida em que as pessoas continuam tendo uma má percepção e apreciação da sua pintura, enquanto a felicidade de um cientista moderno está mais na apreciação e na popularidade que adquirem suas pesquisas e descobertas científicas dentro da população, apesar da incapacidade desta última de entender o conteúdo da ciência. Portanto, o artista não pode ser feliz por que sua obra é menosprezada, diferentemente, a felicidade do cientista já é algo consumido, pois, ela não está na obra científica à qual se consagra enquanto tal, mas está mais no sucesso desta não somente dentro da sua comunidade científica, mas também dentro da opinião pública, pois, está perfeitamente convencido que, além dos seus colegas cientistas, o corpo social ao qual pertence gosta do seu trabalho, é impaciente das suas novas descobertas científicas que, com certeza, o transformam em um personagem super importante na sociedade e, por fim, as tomam por verdade absoluta. Os dois tipos de felicidade dependem literalmente de um fator externo, a opinião coletiva, que tanto o artista como o cientista, cada um em que diz respeito, se esforça a agradar. Mas, a diferença está na valorização social concedida à obra de cada um deles (Russell, ibid, p. 123-125). Isso chama nossa atenção a reconhecer que, depende da sociedade e do país, há atividades que deixam, com certeza, os indivíduos mais felizes do que outras.                                                                                
Em resumo, a abordagem psicológica se concentra na avaliação da vida afetiva, mental, emocional e intelectual do ser humano. Ela é mais subjetiva na medida em que leva em conta a saúde mental, o estado mental e a personalidade do indivíduo no momento de determinar se é feliz ou não. Além disso, ela se concentra na busca individualista e autônoma pelo este da felicidade (Russell, 2005; Niven, 2001). Mas, apesar da ênfase nesse aspecto intrínseco, Russell assim como Niven, reconhece implicitamente que o fator externo, que é eminentemente social e produto da sociedade, não pode ser ignorado na análise da conquista da felicidade pelo indivíduo. Daí a necessidade de provocar uma discussão sociológica sobre a felicidade.

4.      A visão sociológica da felicidade

A felicidade é, na visão sociológica, um valor e um sentimento que nasce na sociedade. A abordagem sociológica leva em consideração os sentimentos da consciência coletiva através as relações sociais e a vida coletiva, por sua vez, ela traz a esse debate uma contribuição muito significativa sublinhando a participação dos atores sociais e a intervenção dos fatores externos (sociais, culturais e políticos) que constituem um dos critérios fundamentais para falar da conquista coletiva da felicidade. Em outras palavras, o debate sobre a felicidade, ainda tão recente, já está colocado no centro da preocupação científica e da investigação sociológica. A sociologia preconiza a ideia segundo a qual a felicidade deve ser um estado de bem estar coletivamente conquistado.    
De fato, os sociólogos clássicos como Durkheim e Weber, apesar de não terem especificamente teorizado sobre o tema, sempre chamam nossa atenção sobre a ideia de que a sociedade, como ser social e estrutura social, desempenha um papel importante no sucesso e na realização da vida do indivíduo. Ou seja, ao interpretar a sociologia de Durkheim, podemos dizer que a felicidade é um produto da sociedade e passaria pela forte coesão e solidariedade social entre os membros de uma sociedade e pela integração social destes. Em outras palavras, a sociedade moderna seria uma sociedade de felicidade na medida em que consegue realizar essa coesão social entre seus membros e os mantém, pela socialização e pelo respeito das normas, na harmonia social. Portanto, no sentido durkheimiano, a felicidade seria um valor social adquirido e tanto a sociedade é capaz de garantir ao indivíduo uma integração na vida coletiva e este fica agarrado às regras sociais quanto aumentaria sua felicidade (Durkheim, 1912; 1897). Em Weber, vemos a importância do aspecto do valor, como a ética, fazendo do indivíduo um potencial portador de valores a serem compartilhados com os dos outros na formação social dos comportamentos. Assim, na concepção weberiana, podemos dizer que a felicidade seria um valor social no qual a ética representa um elemento central (Weber, 1904-1905; 1971).
Portanto, além dos elementos econômico e psicológico, que têm um peso muito significativo, entram em consideração um conjunto de variáveis sociais que permitem também falar da felicidade, entre os quais há a educação, a amizade[8], o valor (cultural e simbólico), a ética, a virtude, e assim por diante. Em outras palavras, apesar da grande relevância que eles têm, os bens materiais e econômicos e a individualidade não são os únicos fatores a deixar o ser humano feliz; os bens simbólicos e culturais; os valores, as relações sociais, as relações familiares etc., que são coisas sociais, produzem também a felicidade. É por isso que, ao levar em consideração todas essas variáveis internas e externas; individuais e sociais, medir o grau da felicidade é muito difícil e desafia a sociologia particularmente sobre o plano empírico.
Nos parágrafos acima, vimos que tanto na definição como na mensuração, a felicidade é uma combinação entre o individual e o social; uma relação entre o interior e o exterior. Portanto, há aqui uma outra maneira de abordar o problema da felicidade, além das teorias da psicologia positiva e da filosofia da vida, é que o exterior é um produto de fora engendrado por uma coisa de fora (ver Durkheim, 1894, p. 78-80), e essa coisa de fora não pode ser outra coisa que o produto da consciência coletiva. Assim, é este social que vem colocar em xeque a visão individualista da conquista da felicidade que precisa passar necessariamente pelo sentimento coletivo para atingir seu paroxismo. De fato, se, por um lado, a felicidade se encaixar somente numa individualização, sua compreensão como fato social é difícil e seu resultado não pode ser diferente do daquele indivíduo que se afastou da ordem social, o suicídio, por exemplo, para repetir Durkheim. Do outro lado, se uma grande parte da felicidade depende – reconhecem, apresar de tudo, os autênticos filósofos como Russell – dos fatores externos, ou seja, dos fatos sociais, que são totalmente independentes da capacidade e da vontade do indivíduo, é que o social desempenha um papel irrefutável na busca e na conquista da felicidade. Então, a felicidade é essencialmente um sentimento coletivo que reflete a vida coletiva.
Quando estivermos falando do social, estamos referindo, lembrando Durkheim e Weber, a um fenômeno social, a um conjunto de valores produzidos pela sociedade, que vem de fora e se impõe ao indivíduo, isto é, um ser coletivamente criado pela associação dos indivíduos e que compele cada indivíduo a um modo de agir e, por fim, sobre o qual ele tem nenhum poder de constrangimento. A fé religiosa que, por exemplo, foi considerada pela psicologia positiva como um elemento espiritual relevante para alcançar a felicidade, é um valor social produzido por uma consciência social. Pois, não somente a fé, mas também a identidade, o sentimento de pertencimento a um corpo social com o qual compartilhamos valores, crenças e culturas, o ambiente sócio-cultural que nos rodeia, o sentimento de segurança e de confiança já são sentimentos que, criando em nos um estado de felicidade, não são produto nem propriedade de um indivíduo, mas os do ser social cujo somos um simples reflexo.                                                                                                                                
Por valor social, devemos entender tudo que se apreende pela interiorização, que se adquire pela exteriorização, e que tem uma importância muito particular dentro da estrutura social. Os valores são complexos e se erigem em sistema, assim, falamos de sistemas de valores. Portanto, os portadores de valores são atores, ao mesmo tempo, individuais e sociais (ver Rezsohazy, 2006, p. 1-12). Não vamos entrar nos detalhes relativos ao debate complexo e complicado sobre o valor, mas é evidente que a aquisição dos valores e a consciência de ter valores, como, por exemplo, a estima de si, a identidade de si que abordou Giddens (1987) contribuam muito para a conquista da felicidade. É tão evidente que três critérios enfatizados pela ONU para se sentir feliz, a saber, a liberdade de fazer sua própria escolha, a generosidade e ter alguém com quem contar, são similares a esses valores e muito interessantes para pensar efetivamente a felicidade não somente como valor social adquirido, mas também como progresso social.
Assim, nessa situação, o funcionamento das instituições sociais e políticas, o ambiente sócio-cultural e o compartilhamento dos valores determinam o estado da sociedade que, ele mesmo, produz a felicidade pela confiança que inspira. Ou seja, a sociedade suscita em cada indivíduo o sentimento de ser feliz. Pelo que entendemos em Rezsohazy, os valores sociais nascem na coletividade e são feitos para serem compartilhados, não para se fechar em si. Nesse caso, como o deseja a ONU através dos WHR, é importante que a felicidade seja constituída um problema social e uma preocupação política pela sociedade em geral, pelo Estado em particular. Ou seja, para que a felicidade seja tratada como um assunto político, é preciso que seja inserida no plano e nos objetivos políticos do Estado, como projeto social, importa fazê-la partir do sentimento coletivo. Assim, a construção da felicidade fica reservada ao corpo social, é o papel da sociedade de fazer seus membros felizes, pois, a felicidade em si é a expressão da consciência coletiva, o reflexo do estado da sociedade e um projeto coletivamente trabalhado, construído e concretizado.

Considerações finais

A intenção aqui neste trabalho não foi tratar sistemática e conceptualmente o assunto de felicidade enquanto tal, mas provocar alguma reflexão e discussão em torno desse tema ainda muito jovem no campo da sociologia. Para uma sociologia da felicidade, entenderíamos uma teoria sociológica que investigaria os impactos sociais da felicidade, como a coletividade constrói sua felicidade, e que a trataria em função do método sociológico. Se devermos considerar a felicidade como um valor social e um progresso social ou se, ao inverso, a situação na qual evolui a sociedade pode determinar o grau de felicidade, então, são a vida social e os contextos sociais, relacionais e inter-relacionais que determinam a felicidade e não o contrário. Nesse caso, será que ser feliz significaria ter boas relações sociais? Quais seriam os tipos de relações sociais a construir para ser realmente feliz? Assim, este trabalho tem participado no início desse espinhoso debate sociológico sobre a felicidade mostrando que a felicidade é uma construção social e coletiva, mais permanente, consistente e resistente às crises funcionais e estruturais quando é coletivamente conquistada. Por fim, ele deixa para trás as perguntas acima para ampliar o debate e suscitar outras reflexões. Esperamos que seja uma contribuição significativa e útil à problemática sociológica da felicidade.

Campinas, 12 de agosto de 2015

Bibliografia

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GIDDENS, Anthony. La conscience, le soi et les rencontres. In: La constitution de la société. Paris: PUF, 1987, p. 89-161.
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KAHNEMAN, Daniel; KRUEGER, Alan B. Developments in the Measurement of Subjective Well-Being. Journal of Economic Perspectives. Nashville, vol. 20, no. 1, p. 3-24, 2006.
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RIBEIRO, Carlos Antonio Costa. Quem é feliz no Brasil? Rio de Janeiro, [s. n.], [200-?].
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[1] O World Happiness Report de 2013, doravante citado WHR neste trabalho, defende a ideia de voltar à virtude e à ética como forma de conquista da felicidade (WHR, 2013, p. 80-94).
[2] Também o termo de bem estar subjetivo é geralmente usado como sinônimo da felicidade (ver Corbi e Menezes-Filho, [2012?];  Ribeiro, [2000?]; WHR, 2013; 2015).
[3] Ver o estudo feito por Raphael Bottura Corbi e Naércio Aquino Menezes-Filho cujo título é Os Determinantes Empíricos da Felicidade no Brasil.

[4] Organisation for Economic Cooperation and Development criada em 12 de dezembro de 1960.
[5] Corbi e Menezes-Filho, baseando-se nas argumentações do economista Easterlin (1974), têm analisado o aspecto relacional e a relatividade da avaliação objetiva e subjetiva da felicidade.
[6] Segundo David Niven, aluno de Harry Gilman, ambos psicólogos, ninguém pode fazer um individuo feliz. A felicidade é um caminho que, após ter sido apontado por alguém, será livremente seguido ou não. As argumentações desse autor se concentram na psicologia positiva e numa filosofia da vida.
[7] Na antiguidade grega, desde Sócrates, Platão e Aristóteles, a questão educacional sempre foi colocada como uma variável importante na felicidade dos indivíduos (ver Oishi, ibid., p. 5-6; WRH, 2013).
[8] A este título, comparando o peso e o papel das atividades humanas e das relações sociais na busca da felicidade, Russell disse o seguinte: “A camaradagem e a cooperação são elementos imprescindíveis à felicidade do homem normal e bem mais fáceis de encontrar na indústria do que na agriculturaˮ. (Russell, 2005, p. 129).

3 commentaires:

  1. tem como me mandar esse seu artigo por email para que eu possa citá-lo? Pois aqui não aparece a data e a publicação do mesmo.
    monicaliberato@hotmail.com

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